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Foto do escritorGianetti42

Perfil Psicológico do Coringa

Atualizado: 7 de jan. de 2021

Nome: Arthur Fleck Sexo: M Paciente: 11,616AA

Nome do Pai: Desconhecido Nome da Mãe: Penny Fleck

Naturalidade: Gotham City, USA

Historia e Análise:

ALERTA SPOILERS (ASSISTA O FILME!!!, DEMOROU DEMAIS)


    Arthur Fleck, ao que aparenta, sofria bastante de dificuldade de socialização, risada nervosa aguda, alguns problemas cognitivos leves, delírios, alucinações, desnutrição e agressividade controlada com remédios. Como foi demonstrado ao decorrer do filme, é possível perceber que este diagnóstico inicial é equivocado e incompleto.

    Iniciando pela risada, seu gatilho parece ser qualquer situação de desconforto, estresse e ansiedade, porém, conforme vai aceitando a si mesmo, demonstra que sua risada não era de desconforto, era genuína e sincera, como a de alguém que gargalha ao ouvir uma boa piada. Mas em momentos de descontração, onde situações comuns que desencadeariam risadas, como um stand up, a sua risada é desconexa, falsa e fora de tempo, demonstrando que não acha graça nessas situações.



    Sua agressividade e problemas cognitivos são possíveis de serem explicados a partir do momento que nos é dito que Arthur sofreu graves abusos em sua infância. Penny Fleck, sua mãe, permitia estes abusos causados por seu companheiro. Abusos e violência contra a criança é comum deixarem sequelas e comportamento replicado quando adulto, justificando os dois itens no começo do parágrafo.

    Seus delírios e alucinações eram efeitos dos remédios contínuos com prescrição equivocada, inicialmente imaginamos que é herdado pela mãe, mas logo é revelado que ele é adotado. Sendo assim, talvez seus surtos psicóticos tivessem sido causados por um efeito biológico ao não receber mais aquela carga de neurotransmissores dos remédios. Não temos a resposta se tudo que é representado no filme é real, ou frutos de sua mente, mas escolhemos o viés de que tudo aquilo era real.

    No decorrer do longa, Arthur começou em uma onda de episódios ruins, deixando ele cada vez mais insatisfeito, perde o emprego, apanha direto nas ruas, descobre que sua mãe não é biológica, a esperança de ter encontrado seu pai é destruída logo em seguida, seu apresentador favorito começa a ridicularizá-lo, dentre muitas outras situações péssimas, uma atrás da outra. Conforme estes eventos acontecem, a desconstrução de Arthur Fleck se inicia, e o surgimento do Coringa também. A primeira libertação desta persona é após o primeiro assassinato de três homens no metrô da cidade. Seu primeiro ato, no momento que percebe que matou pessoas, foi dançar. Uma dança solta livre e leve, sem preocupações, como se estivesse em paz consigo mesmo pela primeira vez.

    Ao que nos apresenta, parece que o filme propõem culpabilizar a sociedade pela corrupção de Arthur Fleck, porém este artigo não se aprofundará neste assunto, mas nos atentaremos a analisar o personagem apenas. Coringa se torna a personificação da psicopatia, sem empatia pelo próximo, agir por desejo próprio, conquistar as pessoas para objetivos pessoais. Mas psicopata não necessariamente é assassino, ou serial killer, que seria o caso. Estes possuem certa sede de sangue, muitas vezes repetindo o comportamento violento que sofreram em sua infância.

    Durante a análise houve questionamentos se o Coringa não fosse um sociopata ao invés de psicopata, mas a resposta encontrada é que o sociopata ainda sente remorso ou culpa ao cometer algum ato errado e/ou contra lei. Já o psicopata não, e o Coringa claramente não sente remorso. Durante o filme Coringa mata todos aqueles que lhe fizeram mal, os homens no metrô que o machucou, a mãe que mentiu para ele, o colega de trabalho que o traiu, a vizinha que não reconheceu sua dor, o apresentador que fez piada. Os motivos variam entre autodefesa, vingança e delírio, mas todos demonstram prazer durante ou após o homicídio.



    Trazendo em palavras do DSM-V (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais) Arthur Fleck apresenta um caso claro de Transtorno de Conduta. Se enquadrando nas categorias de agressão a pessoas, falsidade ou furto e violações graves de regras. Difícil dizer quando essas condutas se iniciaram, mas tanto sua infância conturbada e os efeitos das drogas podem ter influenciado no resultado que vemos. O caso do Coringa mostra que ele possui uma necessidade de ser reconhecido, de ser visto pela sociedade, para se afirmar. Suas tentativas de se adequar foram barradas ou impedidas, sem nenhum apoio. Isso foi deixando abertura para que o Coringa fosse deixando de existir.

    É fácil se encontrar defendendo e se apiedando deste personagem, podemos sim entender seus atos, mas não podemos justifica-los. Um assassinato não é correto, nem de longe aceitável. A história que conhecemos é de um Vilão, de alguém que deixou de tentar agir corretamente. Coringa realmente consegue conquistar as pessoas, como demonstra no final do filme. Então entendo você que esteve ao lado de Arthur Fleck, mas recomendo não manter esta posição. Coringa é imprevisível, agressivo, manipulador e extremamente perigoso.



"Durante toda a minha vida, eu nem sabia se eu existia de verdade, mas eu existo e as pessoas estão começando a perceber"

By_Coringa


Referencia:

DSM-V, Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5.ª edição.


Edit: YahVarella

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